PRIMEIROS PASSOS PARA TER SUCESSO COMO INVESTIDOR
Nosso principal objetivo é explicar para as pessoas os primeiros passos nos investimentos disponíveis para pessoa física e ajudá-las a compreender essas modalidades para que possam, de maneira simples, investir com qualidade e dedicar seu tempo livre para o que realmente importa na vida.
A maioria de nós cresceu ouvindo frases como “quem poupa não aproveita a vida”, “fulano perdeu tudo em ações”, “é preciso ser rico para investir”, “agora é a hora da renda fixa”, “para que vou guardar dinheiro se vou morrer e não vou levar nada” e muitas outras frases e pensamentos similares.
Todos nós podemos ter uma qualidade de vida melhor através da educação financeira e que o acumulo de patrimônio só se torna possível através de:
• Estudo: Formação educacional e profissional se atualizando constantemente;
• Trabalho: Procurar as melhores oportunidades e se possível ter mais que uma ocupação;
• Poupança: Gastar menos do que se ganha, permitindo uma poupança e o acumulo de capital;
• Tempo: Investindo os recursos disponíveis por muitos e muitos anos;
AFASTE-SE DE INVESTIMENTOS MILAGROSOS!
Pare de olhar notícias e conselhos dos outros, aprendendo a estudar por si próprio a realizar investimentos com qualidade e segurança. Entendendo isso, você deixa de correr atrás de investimentos milagrosos ou indicações de analistas e profissionais que só fazem com que você fique girando seu patrimônio a vida toda e enriquecendo corretoras, bancos e intermediários.
A grande maioria deles acha que o jeito de ganhar dinheiro fácil é adivinhando o futuro. Quase todos perdem dinheiro na bolsa. Se você faz e fala a mesma coisa que eles, por que o seu resultado vai ser diferente?
Os investimentos e principalmente a Bolsa de Valores foram criados para remunerar o capital investido. E o único jeito de conseguir capital é através do nosso trabalho!
Em todo investimento, os retornos correspondem aos riscos. Quando você vai atrás de dinheiro fácil em grande quantidade, o risco também será imenso. Por isso a maioria perde e nunca consegue acumular patrimônio.
PARE DE GIRAR SEUS INVESTIMENTOS!
Procure evitar vender tudo para rebalancear sua carteira; realizar lucros; vender porque está caro; misturar preço com valor; investir todo patrimônio num único ativo, etc.
Não confunda não girar patrimônio com nunca usar o patrimônio. Leve uma vida tranquila com seu trabalho, reserva de emergência e renda passiva dos investimentos. Mas, se eventualmente, precisar ou quiser usar, estando dentro do equilíbrio financeiro, pode usar. Isso não é girar patrimônio.
Procure sair de investimentos que não tem valor e retorno, depois de pensar muito bem e sem pressa;
Vender alguns investimentos, já tendo certa tranquilidade financeira, para fazer uma viagem ou algo semelhante;
Precisar vender alguns investimentos por uma necessidade emergencial;
Vender alguns investimentos para comprar algo sem precisar fazer um financiamento.
DÍVIDAS
Não existe nada pior do que as dívidas. Enquanto o juros compostos agem positivamente sendo a chave para acúmulo de patrimônio no longo prazo, as dívidas também são corrigidas com juros compostos, mas contra você.
Uma dívida nada mais é do que “aluguel” do dinheiro: você paga por alugar o dinheiro de alguém para comprar algo. Além de aumentarem como uma bola de neve, as dívidas são a causa de conflitos emocionais inclusive com familiares.
Por isso, é totalmente improdutivo investir com dívidas. Isso inclui não apenas boletos e prestações, mas também financiamentos de imóveis e carros. Todas essas modalidades agem com juros compostos contra você.
Tem dívidas? Então agora que sabe como elas são destrutivas financeiramente e emocionalmente, pague-as. A única exceção que você pode fazer antes de começar a pagá-las é montar a sua reserva de emergência.
RESERVA DE EMERGÊNCIA
Antes de iniciar qualquer investimento é imprescindível que você tenha uma reserva de emergência. Nesta reserva você deve ter uma quantia suficiente para cobrir imprevistos da sua vida. A característica principal da reserva de emergência é que ela deve ter liquidez imediata. Caso precise de dinheiro em uma emergência durante um feriado com o mercado fechado, ela estará lá, ou seja, você precisa de um ativo que permite o saque a qualquer momento. Para isso a poupança é ainda a mais eficiente.
Quanto? O valor depende da sua situação de vida e gastos. Uma boa medida é ter no mínimo 6 meses de suas despesas mensais médias na reserva. Quanto mais incerta for a sua renda, maior deve ser a reserva.
EU QUERO SER RICO!
Nada determina mais seu enriquecimento do que o quanto você poupa todo mês. E isto se dá através dos juros compostos agindo a seu favor.
O jeito mais simples de investir aproveitando-se dos juros compostos é separar uma parte da sua renda e fazer um aporte mensal em um investimento de qualidade e rentável.
QUAIS SÃO OS MELHORES INVESTIMENTOS?
Qual melhor investimento? É aquele que você entende e consegue ter sem tirar a sua tranquilidade ou seu sono. Não existe um único melhor investimento no mundo, caso contrário, todo mercado teria apenas este investimento. O que existe são diversos ativos e modalidades deles, aqui vamos estudar àqueles que nos dão as melhores condições de conseguirmos acumular patrimônio.
Qual investimento rende mais? A pior maneira de escolher um investimento é pela rentabilidade. Todo ano aparecem notícias como “a poupança perde para inflação, agora é a hora do tesouro”, “a bolsa foi o melhor investimento do ano”, etc. Estes conceitos tão distorcidos só servem para fazer você girar patrimônio e sustentar bancos, corretoras e intermediários.
PATRIMÔNIO NÃO SE GIRA. PATRIMÔNIO SE ACUMULA!
No mercado financeiro, os retornos correspondem aos riscos. Se você acha ou é lhe oferecido algum investimento milagroso rendendo muito mais que a média, é porque os riscos são muito maiores. Você tem a possibilidade de perder tudo o que investiu.
TAXA NÃO GANHA DE TEMPO!
O que pode nos enriquecer é o aporte, tempo e valor. Enquanto a taxa é um multiplicador, o tempo é o cálculo exponencial no enriquecimento.
DIVERSIFICAÇÃO DE INVESTIMENTOS:
• Renda Fixa
• Ações
• Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs)
• Imóveis
• Reserva de Valor
É impossível prever o futuro. Ao ser humano, não foi dado o dom de prever o futuro. Ao contrário do que é divulgado por aí, a diversificação não reduz seus retornos. Ela reduz suas perdas.
O pequeno investidor deve procurar diversificar bastante entre as modalidades de investimentos disponíveis, porque se algo der errado com um único tipo de ativo, você ainda terá os outros.
Quanto maior a diversificação em ativos de valor, menor será o risco.
Quanto menor a diversificação maior o risco e exigência sobre o investidor.
I. RENDA FIXA
Antes de tudo, o que é a Renda Fixa? A mídia e os analistas, devido a nossa alta taxa de inflação e de juros, venderam uma imagem e uma compreensão completamente errada. A Renda Fixa não é um instrumento de renda, ela não produz renda, aliás não produz nada. Ela apenas tenta que seu dinheiro não perca o poder de compra, o que só vai conseguir, se a inflação não for alta e/ou não ficar girando muito atrás de taxa.
A primeira coisa a entender é a diferença entre juros nominais e reais. Quando se diz que a Renda Fixa está pagando 10% ao ano, são juros nominais. Para os juros reais, o que você realmente recebe, há de se descontar a inflação e os custos (taxas e imposto de renda). O imposto de renda é sobre o lucro, quando a inflação é alta, e os juros nominais altos, o governo considera a parte da inflação que supera os custos como lucro e taxa essa parte, fazendo com que os juros reais sejam mais baixos. Logo, diferente do que é anunciado na mídia e pelos analistas, quando a inflação cai e a Renda Fixa passa a pagar supostamente menos, e eles dizem não estar mais interessante, na verdade ela pode estar na verdade em juros reais pagando mais. Quando os juros estão muito altos e eles dizem que a Renda Fixa está interessante, ela está pode estar pagando menos em termos reais.
Esqueça acertar a hora, você nunca vai acertar e se tentar provavelmente vai fazer o que os analistas indicam para detonar seu patrimônio que é entrar quando sobe e sair quando cai, seja na Renda Fixa ou em qualquer investimento. Não é para tentar acertar, é para deixar o percentual em renda fixa do seu patrimônio quieto, e aportar quando o sistema que usa mandar aportar. Tanto faz as taxas naquele momento. Você nunca vai ficar rico porque acerta, o que enriquece é trabalhar e aportar recursos todos os meses.
De forma simplificada, a Renda Fixa tem as seguintes utilidades:
1. Reserva de emergência em poupança.
2. Dinheiro com prazo
– Se for prazo curto, menos de 1 ano = Poupança
– Prazos maiores tipo 2 a 3 anos ou até um pouco mais, tipo para comprar um imóvel ou algo assim, pode se usar o Tesouro Selic ou se tiver um Tesouro IPCA Principal com vencimento próximo do prazo pode ser utilizado enquanto estiver sendo vendido.
– Prazos muito grandes, tipo 10 anos ou mais, especialmente no Brasil onde é difícil planejar para muito tempo, continue acumulando patrimônio em valor diversificado normalmente e na hora veja o que é melhor fazer.
3. Investimento em Renda Fixa – Tesouro IPCA Principal (sem juros) para o maior prazo disponível a venda.
Aqui vem uma outra besteira que é o prazo ser muito longo, e aí começa o papinho de se eu precisar do dinheiro, etc. E vem uma pior ainda que é adequar o vencimento para a suposta data da aposentadoria que é uma loucura total, pois a ultima coisa que eu ia querer se realmente existisse o dia da aposentadoria é um tesouro direto vencendo. Faz o que? Pegar todo o dinheiro e levar para casa?
Todo dinheiro investido é seu e quanto maior o prazo dos seus investimentos melhor. Irá pagar menos taxas e impostos ou ao menos irá demorar mais a pagar os impostos que é uma vantagem, pois está capitalizando juros sobre aquele valor até ser cobrado o imposto de renda. Quanto mais tempo ficar nos investimentos mais juros compostos, portanto escolha sempre o de maior prazo e pronto. Se algum dia precisar de dinheiro é seu. Óbvio que o ideal é levar os títulos até o vencimento e venda antecipada do Tesouro IPCA pode ter perdas, mas se tiver Reserva de Emergência e diversificar em outros investimentos seria bem raro ter de vender todos os títulos.
II. AÇÕES
Diferente do que a maioria pensa não é difícil ter e manter uma boa carteira de ações e não precisa de estudos de horas e horas e nem ser um expert no assunto. Na verdade, é o contrário.
Normalmente menos é mais e se dedicar ao seu trabalho e só gastar pouco tempo com os investimentos, tende a levar a mais patrimônio, especialmente em ações. O grande ganho vem de comprar ações de boas empresas e se sentar nelas por décadas. Os poucos que enriqueceram com ações foi assim. O enriquecimento desses bilionários da Bolsa vem deles terem comprado ações de empresas que já existiam nos anos 70/80 e guardarem até hoje.
Não compre um papel, não caia na ilusão de fazer trade, não tente ganhar na variação de preço.
Torne-se sócio de boas empresas o que permite beneficiar do crescimento e/ou distribuição de lucros. Não é para ter um papel, umas ações compradas a X, é participação na empresa como sócio. É fundamental fazer essa distinção e compreender isso para ter sucesso e realmente aumentar seu patrimônio com ações. Quando entende que é sócio e não que tem uma ação, para de focar em cotação e foca na qualidade da empresa.
O foco na cotação, na rentabilidade, vai levar invariavelmente a venda no fundo em pânico quando a Bolsa e as ações desabam. Para ser sócio por muitos e muitos anos, pois a compra como sócio não tem prazo, tem de aceitar que haverá períodos de queda, alguns muito intensos e longos.
Toda empresa passa eventualmente por alguma dificuldade o que não faz com que ela se torne ruim. O foco na cotação leva a análise fundamentalista de cotação que faz com que se considere a empresa ruim nos períodos de queda, saindo dela e girando o patrimônio deixando de ter os ganhos extraordinários que ser sócio de boas empresas proporciona.
Para escolher empresas boas, não é tão difícil como parece. Primeiro é importante diversificar bastante. Quanto mais empresas, menor o risco do erro, claro com o devido bom senso. Algo como 20 a 30 empresas, desde que tenha outros investimentos, faz com que o risco por empresa no seu patrimônio seja bem baixo e permite se manter sócio durante os períodos ruins das boas empresas, pois a perda no seu patrimônio não será expressiva. O ideal mesmo é nem acompanhar muito e nem saber que está caindo ou ficar perdendo tempo com notícias. Foque no seu trabalho.
O que é fundamental na escolha de empresas parta ser sócio:
– Possuir ONs com boa liquidez, ou seja, a empresa oferecer ações ordinárias (ONs), com direito a votos, em boa quantidade que permita que hajam muitos negócios por dia. O ideal mesmo é que só tenha ONs e de preferência participando do Novo Mercado. Isso não garante que a empresa seja boa, mas ao menos demonstra boas práticas de governança e te permite ser sócio com alguma tranquilidade. Esqueça PNs e UNITs que são ativos em que mesmo comprando, você não é propriamente sócio.
– Lucros consistentes, ou seja, ter lucro a maior parte do tempo. Empresas que tem lucro tem grande chance de continuar tendo lucro que no fim é o que importa e o que vai te trazer retorno.
– Ter tempo de Bolsa, não ter sido lançada há pouco tempo. Pelo menos 5 anos e com lucros é o ideal.
– Pode-se avaliar dívidas, mas se os três acima são positivos é o que importa.
III – FUNDOS DE INVESTIMENTO IMOBILIARIO (FIIs)
Em primeiro lugar FIIs não são imóveis, são fundos de investimentos em imóveis. O objetivo é ter cotas de grandes fundos que investem em imóveis e ter retorno em ganho de capital e alugueis, de acordo com sua participação nos fundos. É uma forma mais acessível de investir em imóveis, mas não são imóveis. Não é a mesma coisa que comprar um imóvel e não substitui propriamente o investimento em imóveis. Você não pode pegar sua família e ir morar num FII.
Apesar de serem negociados em Bolsa igual as ações, não são empresas como as que lançam ações. Os REITs, que são os equivalentes aos FIIs nos EUA são empresas que investem em imóveis e que lançam ações na Bolsa. São iguais qualquer empresa na Bolsa com a única diferença de investirem primordialmente em imóveis. Os FIIs são fundos é não se compra uma ação, mas uma cota de participação em fundo.
A maioria dos FII\’s possui imóveis como escritórios comerciais e galpões de logística e alugam a empresas. Outros fundos também investem em CRIs e LCIs que são investimentos atrelados ao setor imobiliário. Podem ser divididos em FIIs de tijolo, que investem em imóveis e FIIs de papel que investem em CRIs e LCIs. Para o objetivo de investir em imóveis através de fundos, só os primeiros são adequados. Há também os FIIs que investem em FIIs que seriam caracterizados de acordo com os FIIs que possuem.
O objetivo dos FIIs é captar recursos dos investidores para investir no mercado imobiliário e auferir renda. Por lei, 95% dos resultados têm que ser distribuídos aos cotistas e na prática a maioria dos fundos distribui proventos mensalmente.
Ao avaliar um FII para ser sócio, é importante observar algumas características como:
– No que este FII investe?
Existem dois tipos principais de FIIs, os que investem em imóveis (Tijolo) e os que investem em renda fixa atrelada ao crédito imobiliário (Papel). Os critérios para analisar cada tipo são diferentes e existem FIIs que investem em ambos, imóveis e títulos.
Ao analisar um FII que investe em imóveis, devemos nos atentar a:
– Diversificação interna: Quantos imóveis o FII possui? São próximos ou espalhados entre regiões?
Quanto mais diversificado em imóveis, menores as chances de algum problema em um único imóvel afetar o FII, bem como menores serão os impactos que alguma alteração na região terá sobre a carteira do FII.
– Diversificação de receita: Dentro dos imóveis, quantos inquilinos o FII possui? Como são os contratos, típicos ou atípicos?
– Vacância: não há um número absoluto, mas em geral quanto maior a vacância, menos receitas o FII terá e maiores serão as despesas, pois as áreas vagas além de não gerarem renda, tem custos como condomínio, IPTU etc.
– Gestão: Se for gestão passiva, o FII investe apenas nos imóveis do regulamento e para alterar isso precisa convocar assembleia. Se for gestão ativa o leque de possibilidades para o gestor é maior. Portanto é preciso avaliar: o gestor compra e vende imóveis frequentemente? Ou apenas adquire os imóveis e então passa a obter renda com estes, enquanto tiverem valor?
– Para FIIs de papel (TVM): Em quais títulos o FII investe? Em FIIs com carteiras de CRI, é interessante olhar qual o tamanho de cada CRI em relação ao patrimônio do fundo, qual lastro, indexadores, taxas, garantias e tudo mais
– Fundos de Fundos (FoF): analisar se você concorda com os FIIs que tem na carteira e qual a exposição em cada um deles
– Para todos: Liquidez e Free Float: Se o FII passa nos critérios que o investidor estabeleceu, é preciso avaliar se é possível ser cotista: Há negociações suficientes na bolsa que possibilitam isso, ou é um fundo sem liquidez?
Na composição societária do fundo, há cotistas majoritários? Se sim, eles podem formar um bloco de controle (percentuais acima de 25% em geral permitem ter voto decisório em assembleias, desde que a pauta não tenha sido proposta pelo próprio cotista o que geraria conflito de interesse)?
– Proventos: Aqui não se deve avaliar retorno ou coisa do tipo, apenas se o que está sendo distribuído no horizonte de um semestre corresponde ao que o fundo efetivamente gera. FIIs que distribuem mais do que geram precisam tirar o dinheiro de algum lugar, e um eventual ajuste à realidade pode gerar um choque.
IV – IMÓVEIS
São sólidos e estáveis, mas por outro lado, precisa de uma parte enorme do seu patrimônio para comprar um (a não ser que seja milionário), têm baixa liquidez e custo altos de manutenção quando não alugados.
O maior problema com imóveis é que a maioria não sabe lidar com eles, não conhece o investimento. Leem as besteiras que os analistas falam e aí ou se afastam totalmente perdendo mais uma oportunidade de diversificação e solidez ou compram sem saber o que estão fazendo e acabam por comprometer seu retorno. Imóveis como qualquer outro investimento, tem vantagens e desvantagens, podem ser bons ou ruins.
Em primeiro lugar deve-se entender a diferença entre casa própria para morar e investimento em imóveis. A casa própria pode ser investimento também e na verdade não deixa de ser, mas a motivação para compra não é puramente financeira e nem deve ser. Não é obrigatório ter casa própria, não há nada de errado de morar de aluguel, cada um deve decidir o que é melhor PARA ELE. Em maiúscula porque não há regra aqui e nem tem melhor. Se a casa própria é um instrumento que traz felicidade a família, esse é o objetivo primordial do dinheiro.
Já o investimento em imóveis é puramente financeiro. E a principal questão é localização, localização, localização. As outras coisas nos imóveis podem ser usualmente modificadas, mas localização não tem como mudar. Até pode acontecer de uma localização boa piorar ou vice-versa, mas usualmente localização é fundamental. Outro aspecto é que imóveis pequenos permitem mais diversificação e normalmente tem mais liquidez e são mais fáceis de alugar. Via de regra é melhor ter três apartamentos de quarto e sala do que ter um de três quartos. Tendo três se um fica vazio, tem os outros dois para pagar os custos além de ter uma população maior em potencial para alugar e comprar se precisar vender. Claro que deve ser avaliada as condições da cidade e do bairro, mas normalmente apartamentos menores são melhores para investir.
Imóveis tendem a recuperar o poder de compra do dinheiro no longo prazo acompanhando a inflação, por isso comparações com a renda fixa, como as usualmente feitas pelos analisas, são absurdas. Renda Fixa não produz renda e o principal não valoriza, logo é normal e esperado que o percentual do aluguel em relação ao valor do imóvel seja menor do que os juros da renda fixa. O retorno do imóvel no longo prazo vem do ganho de capital com a valorização do imóvel no longo prazo somado ao aluguel, logo considerar somente o aluguel é um erro. Como imóveis são ativos reais, somente a valorização do imóvel, sem considerar os aluguéis, pode suplantar a renda fixa especialmente em ambientes inflacionários. Mas nada disso tem a menor importância. Cada tipo de investimento tem suas características, vantagens e desvantagens. As comparações são todas inúteis.
A maioria das pessoas que tem dificuldade com investimento em imóveis, não entendem o que está fazendo e misturam emoção com dinheiro, aliás como em qualquer investimento. Tendo um imóvel e desejando alugar, contrate uma boa administradora e deixe eles tomarem conta. É o dinheiro mais bem pago do mundo. Ficar se metendo com inquilino tira a paz da vida.
Valorize o bom inquilino e não o preço do aluguel. O aluguel vai variar de tempos e tempos de acordo com a economia,
inflação etc. Um bom inquilino que mantem o seu imóvel em boas condições e paga todo mês certinho sem criar confusão vale muito. Se não estiver conseguindo alugar e o imóvel realmente tiver valor, baixe o preço até chegar à realidade do mercado.
Não adianta você achar que vale sei lá quanto, o mercado que decide. Ficar vazio enquanto briga por preço, é a maior burrice que os proprietários cometem. Leva anos para recuperar o que perdeu nos meses ou as vezes até anos vazio. Pior é quando perdem um bom inquilino porque querem reajustes altos do aluguel. Mantenha o bom inquilino sempre que puder.
Não faça financiamento em hipótese alguma para investir em imóveis. Não se iluda, se não tem capital para investir em imóveis, vá diversificando e guardando uma parte em renda fixa até poder comprar a vista. Não existe alugar e o inquilino pagar o financiamento, se existisse não teria inquilino. Dívida é sempre terrível e você vai pagar 3, 5 ou mais imóveis e terminar só com um se terminar.
V – RESERVA DE VALOR
São reservas para crises graves em que possa haver falência do sistema financeiro do país em que vive. Não importa aqui rentabilidade ou retorno. Não é propriamente um investimento e como pode ser visto na primeira imagem do Capítulo de Ações que compara os diversos investimentos, ouro e dólar no longo prazo perdem bastante valor de compra e tem retorno bem abaixo de ações e até da renda fixa.
Reserva de valor tem de estar nas suas mãos fisicamente ou no exterior, ao menos o principal. Não servem fundos, títulos, qualquer coisa com baixa liquidez ou que estejam sujeitos a confiscos ou a não ter acesso nas graves crises.
O básico é o dólar físico que pode ser dividido com euro, mas até esse momento o dólar é mais sólido para esse intuito. Há moedas como Libra Esterlina e Franco Suíço que podem ser usadas também, mas o básico é dólar e euro.
Ouro tem a vantagem de carregar mais valor em menos espaço do que dólar e euro, mas a desvantagem da liquidez. É bem mais fácil transacionar dólar e euro e trocar por comida do que ouro.
Outros ativos que podem fazer parte da Reserva de Valor:
– Bitcoin;
– Joias, quadros etc.;
– Imóveis e terras;
– Investimentos no exterior, de preferência EUA e Europa;
– Imóvel no exterior;
– Passaporte de mais de um país em dia;
– Investir na sua formação;
– Sua saúde;
Claro que não dá para ter tudo isso para a maioria, mas seria uma reserva de valor muito boa. Dentro disso cada um vai fazendo o que der, começando com dólar físico que é o mais simples e progredindo conforme sua vida permite. Passaporte em dia é fundamental porque na hora do sufoco não vai conseguir tirar.
GERENCIANDO SEU PATRIMÔNIO
1 – Estabeleça objetivos percentuais para cada categoria de investimentos e dentro de cada categoria, pesos para cada ativo. Se tá em dúvida, distribua o mesmo peso para todos.
2 – Uma vez por mês pegue todo o dinheiro novo (inclusive dividendos) e compre um ativo, no máximo dois.
3 – Os ajustes são sempre feitos na compra. Nunca venda nada para ajustar ou perseguir os objetivos.
4 – Coloque de quarentena o que considera que não tem mais valor. Só saia se após um bom tempo de análise considerar realmente que não tem valor, ainda assim saia devagar em partes, e acrescente o dinheiro da venda a compra mensal. Uma boa alternativa é para cada empresa que colocar de quarentena e não for sair, acrescentar uma nova empresa boa na carteira.
5 – Se necessário, mas com muita parcimônia, reavalie seus ativos e os objetivos percentuais anualmente, de preferência em abril, após os balanços anuais das empresas.